A Aprendizagem do Jovem

É muito comum nos questionarmos sobre a aprendizagem do jovem, considerando que hoje em dia existe uma evasão muito grande entre o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio. Segundo dados do Movimento Todos pela Educação, ao deixar a escola apenas 7,3% dos estudantes atingem níveis satisfatórios de aprendizado. Esse índice é ainda menor que a última pesquisa realizada em 2013. Por mais que a escolaridade seja a principal condição para entrar no mercado de trabalho, vemos muitas condições sociais que impedem o jovem de entrar nesse mundo.

Pensando nisso, nosso maior desafio é buscar uma metodologia apropriada que desperte o interesse de jovens e adultos, saindo da relação professor x aluno, em que o professor é detentor do saber e precisa repassar tal conhecimento ao aluno, passando por cima de sua essência e depositando conteúdo sobre conteúdo, desconsiderando sua individualidade que tem um jeito próprio de estabelecer a sua aprendizagem.  Assim caminhamos para desenvolver junto aos jovens e adultos que passam pela Vivenda da Criança, algo que faça sentido para eles, que tenha utilidade em sua vida prática ou na vida profissional que está escolhendo.

Alguns passos que são considerados importantes:

  • Mostrar a eles que nos preocupamos com eles e que a aprendizagem deles é o nosso principal objetivo, porém respeitando o ritmo de cada um. Conversas individuais, incentivos ou “puxões de orelha” fazem com que percebam a importância e o sentido do curso profissionalizante ou toda possibilidade de aprendizagem.
  • Quando conseguimos uma boa parceria com a escola, podemos também nos apoiar junto a eles, tentando o melhor desempenho entre as duas instituições, além da família que pode contar com a gente e nos apoiar também nesta fase. Fortalecendo os espaços de aprendizagem e a família, oferecemos melhor estrutura e oportunidades para eles.

  • Observar os talentos e habilidades de cada indivíduo, incentivar o que fazem de melhor faz parte de nossas estratégias para o trabalho de autoestima e de autoconfiança.
  • Dizer o que esperamos deles e onde podem chegar faz parte de nossas orientações individuais e também das oportunidades oferecidas através de palestras e visitas em empresas que mostram na prática como foi possível traçar o caminho de sucesso.
  • Entre todas essas, procurar desenvolvê-los como pessoas antes do profissional, antes do conteúdo, abrindo portas e espaço para que os conteúdos tenham significado em sua aprendizagem.

Segundo o psiquiatra norte-americano William Glasser, a capacidade de absorção de conhecimento pelo ser humano varia conforme o estilo e forma de aprendizado, como propõe em seu livro “Teoria da Escolha” uma ideia otimista. Segue abaixo uma visão extraída do livro sobre o quanto conseguimos absorver de conhecimento em relação a diferentes atividades. Experiências anteriores e diferentes abordagens de ensino fazem toda a diferença e favorecem o aprendizado, mas nada supera a MOTIVAÇÃO. Aprendemos melhor quando estamos interessados pelo assunto, nos empenhamos e adotamos uma postura ativa em relação ao aprendizado.

Por: Joyce Cristina Silva Melo